Um ano das Histórias da Gata Preta e mais um ano do Tolkien – e eu digo: Que bom!

Quinta-feira, 3 de janeiro de 2019 (uma curtinha só para comemorar)

Hoje faz exatamente um ano que eu postei a primeira história da gata preta, explicando a natureza do que seria este blog. Durante todo o ano nunca consegui estabelecer uma periodicidade para as postagens, mas já suspeitava que seria assim. Falei sobre isso naquela primeira postagem. Embora nunca tenham faltado ideias, muitas vezes faltou o tempo. Várias crônicas ficaram inacabadas, umas estão esperando seu tempo, outras foram deletadas… Mas, no balanço que eu fiz desse ano, quase tudo saiu conforme a minha intenção: falar das coisas que eu gosto, de tudo o que me chama atenção no cotidiano, usar minhas referências, falar das minhas saudades, contar as histórias que eu sei e que eu vivo, enfim! Foi um exercício bom, como escrever sempre é, para mim. Como terapia é indiscutível! Revendo as crônicas – porque foi o que mais saiu este ano – reli um monte de coisas legais. Sem falsa modéstia. Com legais, na verdade, quero dizer legais para mim. Senti de novo a alegria do mergulho no Riacho do Escorrega, revisitei Dylan Thomas, tirei do bolso a foto daquele Flamboyant da infância, li pela milionésima vez o Desiderata, recantei Belchior outras tantas, senti de novo (e sempre) a força do Saramago… Repisei minhas raízes na Floriano/Itabira, voltei à minha adolescência diversas vezes, falei do tempo, falei de poesia, falei de vida, falei da morte, falei de flores, falei de fé, falei de dores, falei de sonhos… Entre memórias de infância e momentos do cotidiano, fui da Várzea à falta de gasolina, de mangas podres ao “Negão da Piroca”, de carnaval às tristezas de mãe… Passeei por Macondo, Pasárgada, pelo quintal do Manoel de Barros, pelo meu próprio…

Deixei, também, de cumprir aqui algumas das promessas que fiz para o blog, como postar minhas receitas de cozinha, mostrar minhas fotografias e falar de viagens. Quem sabe neste ano não consiga? Como eu disse antes, deixo a critério da vontade que eu tenho no momento. Vamos ver o que sai daqui pra frente.

Resumindo tudo, o primeiro ano do blog foi muito legal para mim! Conhecer histórias é uma das coisas que eu mais gosto no mundo e recontar algumas delas, à minha maneira, tem sido uma experiência muito gratificante. São minhas lendas e histórias pessoais, aquelas que têm a minha marca, ainda que permaneçam sem qualquer pretensão literária maior.

A respeito disso, aproveitando que hoje também é aniversário do Tolkien e o Tolkien é um dos meus escritores preferidos, para não perder o costume eu vou deixar só um pouquinho dele. É um trechinho sobre lendas e histórias, retirado de um diálogo de O Senhor dos Anéis, As Duas Torres, quando uma parte da Sociedade do Anel encontra uma patrulha dos Cavaleiros de Rohan e Aragorn explica que eles estão à procura dos Hobbits (Merry e Pippim). Um dos guardas sorri e desdenha da história porque os “Pequenos”, como eram conhecidos os Hobbits, existiriam apenas nas lendas e canções populares.

“ — Estamos andando em lendas ou sobre a terra verde à luz do dia?
— Um homem pode fazer as duas coisas — disse Aragorn. — Pois não seremos nós, mas os que vierem depois, que farão as lendas de nossa época. A terra verde, você diz? Este é um grande assunto para as lendas, embora você pise nela sob a luz do dia”

Quem é que sabe tudo de lendas e histórias, afinal? Tolkien foi um dos grandes mestres nelas. Eu, as histórias que eu sei são só as da Gata Preta, estas que aqui vou contando devagarinho.

Obrigada a todos que me acompanham por aqui. Vamos seguindo com fé!